Ao menos, escolham um profissional!...


Em Catanduva, interior de São Paulo, o palhaço Pimpão entrou recentemente na corrida eleitoral, pedindo aos municipes para votarem num palhaço de verdade. O povo gostou da mensagem e hoje o homem é vereador. Na cerimónia de tomada de posse, ele fez uma revelação interessante: o próximo passo é chegar à presidência. O que quererá o palhaço dizer com isso? Para bom entendedor...hehehe

Paulina Chiziane: mulheres, mulatos, assimilados, etc

Gostei de ler O Alegre Canto da Perdiz, último livro de Paulina Chiziane. Para mim, a obra é mais interessante pela intensidade com que a autora se exprime do que propriamente pela sua arquitectura romanesca. Paulina realmente discute Moçambique – a colonização, a condição feminina, o mulato, as janelas da sobrevivência, com alguns tentáculos a atingir em pleno o pós-independência. Curiosamente, ela aborda, por exemplo, a assimilação, mas retomando e aprofundando, de certo modo, o discurso oficial, a visão da assimilação como tese e sem antítese. Creio ser tempo de também se olhar para o outro lado do processo e admitir que eram filhos de assimilados a maior parte dos inquilinos da Casa dos Estudantes do Império, incluindo grande parte dos estrategas do nacionalismo africano, tendo das suas mãos brotado as primeiras versões dos estatutos dos movimentos de libertação da ex-colónias portuguesas. Uma leitura mais completa – e equilibrada - do processo de assimilação dir-nos-ia que, embora concebida para reforçar o domínio de Portugal nas colónias, a assimilação acabou por ultrapassar a caricatura dela se tem feito amiúde. O processo de assimilação também gerou as elites que se voltaram contra o sistema e não se consegue fugir delas quando se fala em nacionalismo. O apoio das igrejas a pessoas como Eduardo Mondlane não esgota o assunto. Obrigado, Paulina por esta provocação que certamente vai animar os nossos debates.

Sempre quis saber como isso era...


Como é que a vencedora do Concurso Miss Universo vem sempre da Terra?

Rich Hall

Selecções Reader’s Digest, Novembro de 2008

(Na imagem, Riyo Mori, Miss Universo 2007)

Há mais desenvolvimento em Moçambique?

Pelo menos, há mais bicicletas e não suficiente desenvolvimento, respondem Joseph Hanlon e Teresa Smart, no seu recente livro, editado pela Missanga, Ideias & Projectos, Lda. É uma obra interessante, embora com muita coisa repetida de livros anteriores, especialmente dos de Joseph Hanlon. Mas tem ideias fortes: 1. O colonial-fascismo e o socialismo do pós-independência não prepararam os moçambicanos para enfrentar os actuais desafios da globalização; 2. Nem a Frelimo nem os doares têm as mãos limpas nos meandros da corrupção e, sobretudo, 3. “Moçambique não precisa de esperar por investidores estrangeiros a aterrarem nos seus aeroportos. Quem pode desenvolver Moçambique já cá está. Mas precisa de treino, apoio a longo prazo e crédito – que o Estado desenvolvimentista pode organizar e providenciar.” O livro constitui um bom pretexto para debater o nosso Moçambique, incluindo a forma atabalhoada como está a ser feita a distribuição dos famigerados “7 biliões” a nível dos distritos.

A Flauta do Oriente


Lancei A Flauta do Oriente, o meu terceiro livro, em Tete, no Hotel Zambeze. Na presença da minha mãe, dos meus irmãos e demais familiares, dos meus amigos de infância, vizinhos, enfim, a minha gente.
De facto, lançar um livro na terra natal é outra coisa. Obrigado Ndjira, obrigado Mcel. Estou-vos grato por terem aceite o desafio de “desmaputizar” o evento.
Obrigado, Isabel por aceitares vir a Tete e apresentar o meu livro.
Depois da festa, vou tentar terminar Relações Públicas com Piripiri, uma brincadeira à volta de algumas das minhas experiências profissionais no domínio da gestão da imagem.
Vamos lá ver o que sai.

De volta aos blogues

Andei ausente deste espaço nos meses de Julho, Agosto, Setembro e Outubro. Digamos que a ausência de Setembro e Outubro foi uma espécie de saguate pela medida grande. A vida lá fora não está nada fácil. Minhas desculpas, no entanto, pelos desencontros e toda a minha gratidão pela vossa persistência nas visitas ao blogue. Aquele abraço.