Ao menos, escolham um profissional!...
Paulina Chiziane: mulheres, mulatos, assimilados, etc
Sempre quis saber como isso era...
Rich Hall
Selecções Reader’s Digest, Novembro de 2008
(Na imagem, Riyo Mori, Miss Universo 2007)
Há mais desenvolvimento em Moçambique?
A Flauta do Oriente
Lancei A Flauta do Oriente, o meu terceiro livro, em Tete, no Hotel Zambeze. Na presença da minha mãe, dos meus irmãos e demais familiares, dos meus amigos de infância, vizinhos, enfim, a minha gente.
De volta aos blogues
Andei ausente deste espaço nos meses de Julho, Agosto, Setembro e Outubro. Digamos que a ausência de Setembro e Outubro foi uma espécie de saguate pela medida grande. A vida lá fora não está nada fácil. Minhas desculpas, no entanto, pelos desencontros e toda a minha gratidão pela vossa persistência nas visitas ao blogue. Aquele abraço.
Ao volante no interior
Aguardente de maçanica, cegueira e mitos
Maldade municipal
Amarelo e preto é mesma coisa!
De sul a noroeste
Mambas, cães e derrotas
Por acaso...
Eu e o Mosquito
Eu e o Mosquito
trepamos as quatro paredes
do meu quarto,
olho no olho,
cada um se esmerando
para matar o outro.
Enclausurado o veneno
em cada uma das quatro patas
traçamos de combate, as estratégias
estudamos o currículo do inimigo,
pleno de condecorações,
súbito, o medo nos dilui e nos mata,
mas ainda trocamos o último olhar,
o olhar do nojo, de sabermos
que nós os dois, o Mosquito e eu,
somos os animais,
que mais matamos no mundo
Mbate Pedro in O Mel Amargo
Imposto abrange juros dos depósitos a prazo
Rosa Langa fala de mulheres no Brasil
Xenofobia nos tribunais
Menos uma dor de cabeça!
A Travessia
A Travessia, crónica minha publicada hoje pelo jornal SAVANA. Leia aqui.
Patetice nas bombas
Neyma: basta uma meia dúzia de adidos
Citação
Craveirinha: a memória revisitada
A maquilhagem do choro
A Maquilhagem do Choro, crónica publicada ontem pelo jornal SAVANA na rubrica Favolo Nada. Leia aqui.
Tenho que pensar no futuro dos meus filhos
Kama Sutra
O Olhar de Salinga
O Olhar de Salinga, crónica publicada hoje pelo jornal SAVANA na rubrica Favolo Nada.
Parabéns LAM
LAM: ao que chegamos!
A bandeja de Songai
A bandeja de Songai, crónica publicada hoje pelo jornal SAVANA na rubrica Favolo Nada.
Adesão, aderência e manifestações
Citações
O consumo do arroz em Moçambique atinge actualmente as 500 mil toneladas anuais, das quais 450 mil (90%) são importadas, particularmente do mercado asiático.
Boaventura Mucipo, in O País, 25.04.2008
Temos a experiência do do arroz do Chókwè nos anos 80. Nessa altura, era o arroz mais caro do mundo. O ponto não é produzir dentro de Moçambique; é produzir dentro de Moçambique com uma base sólida e competitiva. Se somos capazes de fazer isso, óptimo vamos fazer.
Carlos Nuno Castel Branco, in O País, 25.04.2008.
Estudar, estudar, estudar sempre, dizia o slogan do PREC (Processo Revolucionário em Curso). Como não deu certo, foi-se ao plano B: "todas as escolas, a qualquer nível, TÊM DE TER 99 por cento de aproveitamento anual". Ora muito obrigado!
Fernando Manuel, in Savana, 25.04.2008O julgamento teve um atraso de vinte minutos porque Anibalzinho não queria abandonar a cela antes de tomar o pequeno-almoço.
Raul Senda, in Savana 25.04.2008
O primeiro a cair...
Forte abraço, Sacur
Esta manhã ouvi a crónica do Sacur Latibo, transmitida para o Jornal da manhã a partir da Beira. Gostei do facto por duas razões. Primeiro, porque é sempre com muito gozo que me delicio com as crónicas do Sacur às quartas-feiras. Segundo, e esta é a razão de ser desta mensagem, porque mesmo sendo delegado da Rádio Moçambique agora num Emissor Provincial de maior complexidade, ele mantém o cultivo da crónica. Coisa rara entre nós - onde a cultura dominante é ganhar-se o gestor e quase sempre se perder o técnico, se assassinar o artista. Forte abraço, Sacur.
Inovar, inovar, inovar
Chissano ou Guebuza?
No telejornal da noite do último sábado, eu ouvi a apresentadora Hermínia Machel a oferecer-nos um novo Presidente da República de visita a Nampula: Joaquim Armando Guebuza! O lapso é humano. Mas tornou-se uma nódoa profissional por a coisa ter ficado sem emenda ao longo de todo o serviço noticioso da Televisão de Moçambique naquele dia.
34 anos depois
Estranha coincidência
Tirando um ou outro raro momento de inspiração jurídica, no geral ela não tem um Governo-sombra que se pronuncie sobre os pelouros pertinentes, não produz ideias, não parece ter capacidade de gerar um programa alternativo.
Nas autarquias onde é Oposição, também a Frelimo entra surpreendentemente para o mesmo saco. Quer dizer, não tem um Governo-sombra que se pronuncie sobre os pelouros pertinentes, não produz ideias, não parece ter capacidade de gerar um programa alternativo.
São escalas diferentes, é verdade. Mas não deixa de ser curioso que neste pormenor os dois maiores partidos de Moçambique sejam muito parecidos.
Estranhamente, muito parecidos.
Para lidar com a crise
1º Elevar a produtividade agrícola e pecuária que envolve mais de 80% da população (...)
2º Elevar a competitividade das micro, pequenas e médias empresas moçambicanas que empregam centenas de milhares de trabalhadores e familiares com o objectivo de substituir as importações e exportar;
3º Generalizar o ensino técnico e profissional para possibilitar conhecimentos de base tecnológica e de gestão direcionados para o mercado e o saber fazer que facilite o auto-emprego(...)
Prakash Ratilal, excerto de “Moçambique: Reflexões sobre o Crescimento e Sustentabilidade”
Africa Works
Saída este mês na revista Marketeer, esta nova atraiu a minha atenção por duas razões. Primeiro, mostra-nos como uma certa classe de músicos lida com os negócios da vida e, segundo, ensina a muitos gestores cá da terra que as campanhas de publicidade são sempre suportadas por um orçamento, grande ou pequeno.
RM 2 - TVM 0
A partir da África do Sul, o jornalista João de Sousa tem estado a brindar-nos diariamente com um excelente lote de despachos que enriquecem os serviços noticiosos da Antena Nacional da Rádio Moçambique. Com a recente nomeação de Faustino Igreja para correspondente no Malawi, eleva-se para dois o número de correspondentes que aquela estação de rádio tem na África Austral. Não se trata propriamente de um jogo, mas não resisto à tentação de afirmar que a Rádio Moçambique já está a ganhar à Televisão de Moçambique por dois a zero.
Mugabe
- Mas por que é que ultimamente se fala tanto do Zimbabwe, papá?
Não tinha à mão uma fórmula para lhe enfiar numa ou duas frases simples a crise de governação em que o país vizinho está mergulhado, os velhos problemas da terra, o demónio britânico, o esquisito processo eleitoral, a desgraçada postura da SADC.
- Há meninos que têm bolas de futebol, tu sabes.
Ele disse que sim com a cabeça.
- Alguns deles não sabem perder, meu filho.
O puto fez uma careta e ficou na expectativa. Não disse que sim nem disse que não.
- Ao perderem, eles vão para casa com a bola e assim dão cabo do torneio.
- É verdade.
- Foi mais ou menos isso que fez o senhor Robert Mugabe ao saber que o povo não ia escolhê-lo de novo para presidente do Zimbabwe.
- Mas isso é batota, papá. Os presidentes também fazem batota?
- Nem todos, mas fazem.
Fingi não estar a ver que ele digeria mal a informação.
- O nosso também é batoteiro?
Ser pai também passa por meter a conversa por esses atalhos. Tive de dar a minha opinião sincera sobre o nosso presidente.
Fernando Ganhão (1937-2008)
Poema
Fernando Ganhão
Azagaia & Salimo Mohamed
Por mero acaso, sintonizei uma estação de rádio que passava uma voz parecida com a do Salimo Mohamed. Detive-me por uns instantes e de facto acabava de entrar em sintonia com uma animada entrevista do músico Salimo Mohamed. Pus-me a ouvir a conversa que se estendeu por cerca de hora e meia, onde contou a sua ida a pé de Maputo até Gazankulo, a sua admiração por Chico António, José Mucavele e, dentre outros, por João Cabaço, a amizade que travou em Portugal com José Cid e o seu inesquecível conselho - canta na tua língua, Simião!”. Na altura, Salimo Mohamed chamava-se Simião Mazuze e gostava de cantar na língua dos outros. Na entrevista, Salimo Mohamed tambem se definiu como um homem que gosta de aprender, mas diz não entender por que os políticos se põem a mexer no hino nacional. “Devia haver mais respeito”, afirma. A dada altura, o jornalista quer saber o que Salimo pensava de Azagaia? Achei a resposta bastante original. “O Azagaia? Gosto dele”, disse. “É um declamador muito bom, que sabe aflorar os problemas do povo!" Com esta, eu nao contava. Um remate mesmo a Salimo Mohamed.
100 Crítica
Olá, vedeta das letras, dizia o sms da Tina Mucavele. Os 100 Crítica precisam de ti para uma orgia de poesia, melodia e geografia dos sentidos, dia 10 de Abril às 19 h no Bar do Sheik, Av. Mao Tse Tung, esquina com Julius Nyerere. Não mais no Franco como havia sido publicitado. Entrada... é mahala! Mesmo verdade isso! 100 Crítica neste show são: Sininho Paco, Sheila Jesuita, Stewart Sukuma e Tina Mucavele. Convidados: Lena, Muzila, Cheny, Stelio e Naido.
Gostei do conceito do espectáculo. Muito relaxado, informal, bem preparado, esteticamente conseguido. No fim, ainda houve lugar para os presentes fazerem anuncios dos seus eventos. Muita liberdade, no bom sentido do termo. Liberdade e responsabilidade, claro. Surpreendentemente, por lá fiquei melhor informado sobre o estado da nação. (Os informes que são feitos no Parlamento apanharam um grande bigode quer na forma como no conteúdo!) Gostei de ver a Lena a cantar, a Tina a declamar, o Stewart a dedilhar a viola e o Sininho abanando o país da marrabenta com a sua demolidora declamação. Mas havia muito mais: a timbila, o batuque, as palmas, a cumplicidade dos olhares, os reencontros, os abraços, etc. E o bar, claro. Aqui ficam as minhas palmas para os 100 Crítica.
Chika Onyeani em Maputo
Emissão de bilhetes de identidade depende de doadores?!
Acabo de saber que a incapacidade do Estado moçambicano de disponibilizar aos seus cidadãos os bilhetes de identidade a tempo e horas não tem os dias contados. Pela entrevista concedida ao jornal Zambeze por Gabriel Machado, director da Unidade Técnica para a Reforma do Sector Público (UTRESP) fica-se a saber que a solução do problema passa por Moçambique estender de novo a mão à comunidade internacional. Para a fase inicial, são necessários três milhões de dólares americanos. O entrevistado estima que, para o processo todo, as despesas cheguem a 20 milhões de dólares americanos. Até que a filantropia estrangeira comece a dar frutos, os moçambicanos vão sendo maltratados nos bancos, nos serviços de registo e notariado, na obtenção de licenças, etc.
O nome do teu ombro
(Dedico este poema a uma mulher especial que sabe perfeitamente que Kama-sutra é muito mais do que umas tantas posições para o ano todo e uma nova marca de preservativos.)
De repente
uma fenda se ajoelha no gemido da rocha
Entre a seda dos nossos templos de medo
dos nossos juramentos
ao peso do carimbo vergados
esta carícia dos caracóis
atravessando o porto das manhãs
Estremeço
Nos idílios da Catembe
somente uma tabuleta com letras de cacimba
na doca
incrustado num gomo de lua
o nome do teu ombro
Abrigas-me do granizo
da fome
da sede que tenho das tuas lianas
Aprendo a tecer a minha sombra
no ciúme da brisa
as velas excitadas pela nortada
a ansiedade índia das âncoras
os mamilos da tua timbila bem chope
E no aroma do teu silêncio, amor
uma pauta
uma escrita na língua das flores
ou um velho cântico de pingos tamborilando
tamborilando
tamborilando os seus dedos
no secreto telhado dos nossos desejos.
Daniel da Costa